GTA: Liberty City Stories foi, sem dúvida, uma grata surpresa. Mesmo sendo um jogo originalmente lançado para PSP, ele impressiona por ser extremamente bem-feito, redondo em todos os aspectos. Sua versão para PS2 manteve essa qualidade e ainda expandiu a experiência para um público maior.
Um dos pontos mais marcantes é a ambientação. O jogo se passa em Liberty City, o mesmo mapa de GTA III, mas com melhorias gráficas e visuais. Para quem jogou o GTA III, é impossível não sentir uma forte nostalgia ao reconhecer cada canto da cidade, agora com mais detalhes e vida. Parece mesmo uma homenagem ao clássico.
Outro destaque é o protagonista, Toni Cipriani, que inclusive já aparece em GTA III. Aqui, acompanhamos sua história anos antes dos eventos daquele jogo, o que enriquece ainda mais o universo da franquia. Esse recurso narrativo é excelente, pois nos permite reencontrar rostos conhecidos — como Donald Love, por exemplo — e entender melhor os bastidores de certos personagens.
Entre todos, quem mais me marcou foi Salvatore Leone, o chefão da máfia. Diferente do que se espera de um personagem assim, ele não fica apenas dando ordens de dentro de uma mansão. Ele coloca a mão na massa, participa ativamente da ação, o que torna sua presença muito mais interessante e memorável. É um mafioso que foge dos clichês — e isso dá um charme especial à história.
Outro ponto que merece destaque é o tom pesado e sério da narrativa. Durante a série que publiquei no meu canal LontraJogos, muitos inscritos comentaram que este seria o jogo mais pesado da franquia GTA no PS2 — e eu concordo. Há cenas fortes, temas delicados e momentos desconfortáveis, que contrastam com os momentos de humor e ação. Isso torna a experiência mais intensa e marcante.
E falando nisso, toda minha primeira experiência com o jogo está registrada no canal, em uma série completa. Lá fica evidente o quanto me diverti em várias partes, o quanto ri com certos personagens e também o quanto me impressionei com a seriedade de outros momentos. É uma montanha-russa de emoções.
Em termos de jogabilidade, o jogo também evolui em relação ao GTA III. A adição de novos veículos e, principalmente, das motos, é um grande diferencial. No GTA III não havia motos, e em Liberty City Stories elas fazem toda a diferença — seja nas missões ou apenas na locomoção entre os pontos do mapa.
Outro detalhe técnico que faz diferença na jogabilidade é o sistema de mira com R1, que aqui está muito mais refinado do que em GTA III. Ele segue a melhoria adotada por outros títulos anteriores da série e torna os tiroteios bem mais fluidos e práticos, melhorando bastante a experiência nas missões de ação.
Outro aspecto que merece destaque é o final marcante do jogo. A Rockstar sempre trabalha muito bem os encerramentos dos seus títulos, e aqui não foi diferente. O desfecho de Liberty City Stories é marcante. Quem chega até a missão final dificilmente esquece o que acontece ali. É o tipo de final que permanece na memória por anos, com cenas que realmente deixam uma impressão duradoura.
E um bônus muito especial: joguei a versão de PlayStation 2 com tradução oficial em português brasileiro! Isso foi possível porque fãs portaram a tradução PT-BR da GTA Trilogy para a versão de PS2. Essa tradução está disponível aqui no site, e faz toda a diferença para quem quer aproveitar o jogo com total imersão no idioma.
Lançado originalmente em 2005 para PSP, GTA: Liberty City Stories foi um marco importante por levar a experiência de mundo aberto dos GTAs principais para um console portátil — e ainda manter uma qualidade surpreendente. Quando chegou ao PS2, o jogo alcançou ainda mais jogadores e provou que a Rockstar sabia adaptar bem seus universos, sem comprometer a essência da série. Mesmo sendo um spin-off, ele se tornou essencial para fãs que queriam explorar mais da história por trás de GTA III.
Apesar das limitações gráficas herdadas do PSP, Liberty City Stories é um jogo rico em narrativa, com missões envolventes, personagens carismáticos e uma cidade viva e familiar. É, sem dúvida, um dos títulos mais especiais da série GTA. Um jogaço.
Nota final: 8,5/10
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