As diferenças entre o PS2 Fat e o PS2 Slim


O PlayStation 2 teve duas “faces” bem distintas durante sua vida: a versão original, conhecida como PS2 Fat (ou phat), lançada no começo dos anos 2000; e a PS2 Slim (ou slimline), divulgada em 2004. À primeira vista a diferença parece só estética — um é grande e robusto, o outro fino e compacto — mas por baixo do plástico há mudanças reais: portas e recursos removidos ou realocados, diferentes soluções de energia, revisões internas do hardware, e impacto direto em acessórios, compatibilidade com HDD e em como a comunidade de modding e homebrew trabalhou com cada modelo. 

Resumo rápido (se só quer os pontos principais)
  • Tamanho / peso: o Slim é muito menor e mais leve que o Fat. 
  • Expansão / HDD: PS2 Fat tem expansion bay (suporta o adaptador de rede + HDD interno); a maioria dos Slim não tem essa baía — portanto alguns jogos que usam HDD (ex.: Final Fantasy XI) não funcionam como no Fat. 
  • Fonte de alimentação: o Fat tem fonte interna; os primeiros Slims usam uma fonte externa (brick). Isso muda cabos e recuperação de problemas. 
  • Portas e conectividade: o Slim ganhou porta Ethernet integrada (em muitas regiões) e perdeu o conector de expansão / i.LINK em várias revisões; também houve alterações no conjunto de portas ao longo das revisões. 
  • Revisões internas: o Slim passou por várias revisões (SCPH-700xx → 750xx → 7700x → 7900x → 9000x), com unificações de chips e pequenas melhorias de consumo/ruído. 
1) Linha do tempo curta: quando e por quê a Sony lançou o Slim
A Sony anunciou o design slimline no fim de 2004 — o objetivo era reduzir custo, volume e consumo, acompanhar a tendência de aparelhos eletrônicos mais compactos e tornar o PS2 mais atraente para vendas posteriores (o PS2 teve vida longa). A mudança trouxe a inclusão de rede em muitos modelos Slim e a remoção da baía de expansão (uma decisão de engenharia/custo). 

2) Diferenças físicas e especificações (tamanho, peso, design)
  • PS2 Fat — design “grosseiro”: base larga, bandeja de DVD (tray) na frente, superfície plana (muitos empilhavam controles, consoles e DVDs sobre ele). Dependendo da revisão, pesava bem mais que o Slim. 
  • PS2 Slim — muito mais fino e leve; medidas típicas da linha Slim: ~ 23,1 cm x 15,2 cm x 2,8 cm e ~0.9 kg (varia por revisão). A economia de espaço foi expressiva e facilitou posicionamento horizontal ou vertical com suporte. 
Esses valores explicam por que colecionadores muitas vezes preferem o Fat pela nostalgia/estética, enquanto jogadores práticos optam pelo Slim pelo tamanho e facilidade de transporte. 

3) Portas, expansão e compatibilidade de jogos
Expansion bay / HDD
  • PS2 Fat trouxe a Expansion Bay (3,5”) que permitia instalar o adaptador de rede + HDD da Sony. Isso possibilitou usos oficiais (por exemplo, Final Fantasy XI exigia HDD para patches/elements) e muitas soluções de terceiros (HD Loader, etc.).
  • PS2 Slim (séries 70000 em diante) removeu essa baía, tornando impossível o uso do HDD interno no formato oficial — e, portanto, alguns títulos que dependiam do HDD oficial perdem funcionalidade ou ficam incompatíveis no Slim sem soluções alternativas. 
Rede / Ethernet / i.LINK (IEEE 1394)
  • Muitos fat (versões antigas) tinham suporte a i.LINK/1394 em revisões anteriores; já os Slim passaram a incluir Ethernet por padrão em várias regiões (por isso o Slim ganhou fama por ter rede “de fábrica”). A presença/ausência varia por revisão/região. 
Portas AV / USB / Optical
  • Ambos mantêm a AV Multi Out (mesmo tipo de cabo/component), suporte a saída digital óptica (dependendo da revisão) e duas portas USB frontais; entretanto, detalhes físicos (posição e forma) mudaram entre modelos. Em geral, os cabos AV/component funcionam em ambas as versões. 
4) Fonte de alimentação: interna (Fat) vs externa (Slim) — prós e contras
  • PS2 Fat: fonte interna. Vantagem: apenas um cabo “comum” e estética mais limpa. Desvantagem: mais calor dentro do console e maior risco quando capacitores da fonte envelhecem (problemas em PS2 Fat muito antigos são conhecidos por falhas relacionadas a capacitores). 
  • PS2 Slim (inicial): fonte externa (power brick), parecida com consoles mais modernos. Vantagem: menor aquecimento interno; se a fonte falhar, pode-se trocar somente o brick. Desvantagem: mais cabos e, em revisões iniciais, a qualidade dos bricks variou. Note: em revisões muito tardias (SCPH-9000x) a Sony mudou novamente o arranjo elétrico em alguns mercados. 
5) Unidade óptica: bandeja (tray) vs “clamshell” / top-loading
  • Fat: geralmente trazia uma bandeja motorizada (tray). Alguns colecionadores preferem porque é o PS2 “clássico”, porém bandejas têm partes mecânicas que podem falhar com o tempo. 
  • Slim: adotou um top-loading/clamshell em vez de bandeja em sua primeira iteração slim — menos peças móveis expostas e em muitos casos menor ruído.
6) Revisões internas e pequenas diferenças de desempenho
Sony fez várias revisões internas ao longo dos anos. Algumas mudanças notáveis registradas:
  • Unificação de chips (EE+GS) em algumas revisões Slim (redução de peças, menor consumo). 
  • Pequenas variações de clock/consumo entre revisões (não traduzem em diferença relevante na jogabilidade para a maioria dos jogos). Há relatos de leves mudanças de perfomance/tempo de carregamento entre modelos, mas nada que afete a experiência média do jogador.
7) Compatibilidade com homebrew, modding e métodos de “backup”/carregamento
A cena homebrew do PS2 foi grande — FreeMcBoot (softmod por memory card) e Open PS2 Loader (OPL) são exemplos que continuam ativos. Diferenças práticas:
  • Fat + HDD (expansion bay): permitia instalar jogos/arquivos no HDD oficial ou usar softwares como HD Loader/OPL com disco interno — vantagem para quem prioriza tempos de carregamento e estabilidade. 
  • Slim: como geralmente não tem baía, a comunidade usa alternativas: USB (limitação pela velocidade USB 1.1 do PS2), rede (SMB) via OPL e soluções SD/ adaptadores (MX4SIO). OPL suporta várias fontes (USB, SMB, HDD oficial, iLink em algumas variantes). Portanto, o Slim é perfeitamente viável para homebrew, mas a experiência (velocidade/instalação) depende da solução escolhida. 
Resumindo: se quer HDD “interno” e jogos rodando do disco rígido, escolha um Fat com network adapter / HDD bay. Se quer um console mais compacto que aceita rodar via rede/USB, o Slim funciona bem com OPL/FreeMcBoot. 

8) Confiabilidade, ruído e manutenção
  • Muitos relatos apontam que Slim tem menos ruído e consumo (ventilação melhor pensada) e tende a “quebrar menos” por questões mecânicas relacionadas à bandeja. 
  • Já o Fat tem problemas conhecidos de fontes (capacitores), leitores que podem falhar e maior aquecimento — mas muitos fãs preferem o Fat por ter “peças mais sólidas” e facilidade de modding (HDD).
9) Quais jogos/periféricos são afetados pela escolha do modelo?
  • Jogos que exigem o HDD (patches, conteúdo online) — como Final Fantasy XI e alguns títulos que usavam a Expansion Bay — podem não funcionar como no Fat se você tiver um Slim sem soluções alternativas. 
  • Acessórios como multitap (para jogar com muitos controles) têm variações de modelo e nem sempre são 100% intercambiáveis entre fat e slim — atenção ao comprar. 
10) Qual comprar hoje? Recomendações práticas
  • Para colecionador / nostálgico: PS2 Fat (preferível uma revisão “boa” como SCPH-39000/50000 dependendo da disponibilidade). Tem apelo estético e funcionalidades clássicas (HDD bay). Verifique estado do laser e da fonte. 
  • Para quem vai jogar regularmente em uma TV moderna / quer economia de espaço: PS2 Slim — ocupa menos espaço, consome menos energia, normalmente mais silencioso. Ideal se for usar cabos component/HDMI externo (upscaler) e OPL via rede/USB. 
  • Para modders / quem quer rodar backups do HDD: prefira Fat com network adapter e HDD. 
11) FAQ rápido
Posso usar o mesmo cabo/component no Fat e no Slim?
Sim — ambos usam a mesma saída A/V Multi Out; cabos component e RGB compatíveis funcionam nos dois modelos (verifique a qualidade do cabo e da TV). 

O Slim roda todos os jogos do PS2?
Na prática, sim — a grande maioria dos jogos roda. A exceção são títulos que dependem do HDD oficial (expansion bay) para funcionalidades específicas. 

Existe diferença visual nos jogos (gráficos) entre Fat e Slim?
Não significativa — ambos usam o mesmo hardware da geração (com pequenas revisões internas). Diferenças de tempo de carregamento e comportamento do leitor podem ocorrer dependendo da unidade. 

12) Conclusão
A escolha entre PS2 Fat e PS2 Slim depende do que você valoriza: nostalgia, modding e suporte a HDD (Fat) ou portabilidade, menor consumo e silêncio (Slim). Tecnicamente, o Slim representa um refinamento do projeto (menos partes, rede integrada em várias regiões), enquanto o Fat oferece funcionalidades que acompanham a história do PS2 — como a Expansion Bay — e que ainda interessam a colecionadores e entusiastas do modding. Ambas as versões têm um lugar garantido no legado do console.

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