O jogo baseado no filme Eragon

Lançado em 2006, Eragon é uma adaptação direta do filme homônimo da 20th Century Fox, que por sua vez foi baseado no livro de Christopher Paolini. Desenvolvido pela Stormfront Studios (a mesma de The Lord of the Rings: The Two Towers) e publicado pela Vivendi Universal Games, o título chegou ao PlayStation 2, Xbox, Xbox 360, PC, PSP, Nintendo DS e Game Boy Advance, buscando aproveitar o hype da obra de fantasia medieval — mas acabou sendo lembrado mais por suas limitações do que pelo potencial.

Enredo

O jogo segue de perto os eventos do filme, que narra a jornada de Eragon, um jovem fazendeiro que descobre um misterioso ovo de dragão. Quando o ovo eclode, nasce Saphira, uma majestosa dragão que sela com ele um elo mágico. Eragon então se torna um dos lendários Cavaleiros de Dragão, heróis antigos encarregados de manter a paz em Alagaësia.

A trama acompanha a luta de Eragon e Saphira contra o império tirânico do rei Galbatorix, com a ajuda de aliados como Brom, Arya e Murtagh. Embora siga os principais pontos da história, o jogo inclui missões adicionais e trechos inéditos que expandem o universo do filme — algo comum em adaptações da época.

Jogabilidade

A versão de PS2, considerada uma das mais jogadas no Brasil, é um hack and slash linear, com perspectiva em terceira pessoa. O jogador alterna entre o uso da espada, arco e magia, enfrentando hordas de inimigos em combates de arena e fases curtas, com objetivos diretos.

Um dos destaques está nos momentos de voo com Saphira, onde o jogador controla o dragão em combates aéreos e missões de destruição de fortalezas. Essas fases trazem variedade ao ritmo do jogo, embora o controle seja simples e limitado.

O jogo conta ainda com modo cooperativo local, permitindo que um segundo jogador assuma o papel de Brom ou Murtagh — um recurso elogiado por muitos fãs, já que era raro em jogos do gênero na época.

Versões portáteis

Nas versões para PSP, DS e Game Boy Advance, o jogo muda completamente. No PSP, a câmera é mais próxima e há pequenas variações de fases. Já as versões portáteis 2D, especialmente a do GBA, apresentam um estilo de ação com rolagem lateral e visuais inspirados em RPGs clássicos.

Essas adaptações buscavam aproveitar ao máximo o hardware, mas também simplificavam a história e os combates.

Gráficos e trilha sonora

Os gráficos de Eragon no PS2 utilizam o mesmo motor de The Lord of the Rings: The Two Towers, com cenários amplos e personagens detalhados para a época. No entanto, o design repetitivo e a pouca variedade de inimigos foram pontos criticados.

A trilha sonora é orquestrada e segue o tom épico do filme, ajudando a criar uma boa ambientação nas batalhas. A dublagem (em inglês) conta com vozes inspiradas nos atores originais do longa, como Ed Speleers (Eragon) e Jeremy Irons (Brom).

Recepção

Apesar do potencial, o jogo recebeu críticas medianas e negativas. As principais reclamações foram a curta duração, falta de profundidade na jogabilidade e repetição de combates. Ainda assim, muitos jogadores que conheceram o filme ou o livro na época lembram com nostalgia do título, especialmente por poderem controlar um dragão em pleno voo — algo impressionante para 2006.

No Metacritic, a versão de PS2 mantém média abaixo de 60 pontos, enquanto as versões de Xbox 360 e PC ficaram em torno de 50.

Curiosidades

• O jogo foi lançado apenas algumas semanas antes da estreia do filme nos cinemas.
• Alguns personagens secundários do livro foram completamente omitidos para deixar o roteiro mais direto.
• A versão de GBA é considerada a mais divertida por muitos fãs por adotar um estilo diferente, mais próximo de um beat ‘em up clássico.
• A Vivendi ainda planejava lançar uma sequência baseada no segundo livro, Eldest, mas o fracasso do filme cancelou qualquer plano futuro.

Conclusão

Eragon é um exemplo típico das adaptações cinematográficas da era PS2 — curtas, lineares e feitas para acompanhar o lançamento do filme. Apesar disso, o jogo marcou uma geração de jogadores que sonhavam em voar com dragões e empunhar espadas mágicas em uma terra fantástica.

Mesmo que tenha envelhecido mal em termos técnicos, ainda é uma curiosa peça da história dos jogos baseados em filmes e uma lembrança nostálgica de quando Hollywood e os consoles caminhavam lado a lado.