GTA: Vice City Stories é um jogo que, por muito tempo na minha infância, foi o meu preferido da franquia. O clima dos anos 80, as cores vibrantes, as músicas e toda a ambientação são incríveis — dá a sensação de estar sendo abraçado por aquele universo. Apesar de ter sido lançado depois de GTA: Vice City, a história se passa anos antes dos acontecimentos dele. Isso significa que, além de algumas diferenças visuais no mapa que indicam o passado, há também o retorno de personagens clássicos, como Lance Vance, irmão do protagonista Victor Vance, que é quem controlamos aqui.
Victor é mais um protagonista da franquia que não mede esforços para fazer o que for preciso, tomando decisões dignas de filmes de ação antigos — o que o torna extremamente divertido de acompanhar. Diferente de GTA: Vice City, o jogo começa na ilha esquerda do mapa (enquanto o original começa na direita), e essa simples mudança já dá uma nova perspectiva sobre a cidade.
Os personagens inéditos são muito bem construídos e agregam bastante à trama, com destaque para Louise, irmã de Phil Cassidy, e Reni, que surge por volta de dois terços do jogo. Vice City Stories possui 60 missões principais, e a sensação é de que tudo passa muito rápido — a história é envolvente e dá vontade de seguir adiante para ver o que vem a seguir.
Há uma boa variedade de armas e veículos, e a física foi aprimorada em relação ao GTA: Vice City, tornando a direção e os impactos mais realistas e prazerosos. O mapa, inspirado em Miami, é praticamente o mesmo, mas com pequenas alterações para refletir o passado. Ele não é muito grande, mas isso é positivo: é fácil decorar os locais, aproveitar os detalhes e identificar rapidamente os pontos de interesse, como as lojas Ammu-Nation. São três no total, cada uma com armas diferentes — incluindo lançadores de foguetes e miniguns — além de outras lojinhas menores que também vendem armamentos.
Uma das grandes novidades é o sistema de negócios, que permite tomar propriedades e escolher que tipo de empreendimento abrir nelas, lembrando um pouco as guerras de territórios de GTA: San Andreas. Esses negócios geram lucro passivo e aumentam o controle do jogador sobre a cidade. O uso de helicópteros também é um ponto alto: por serem ideais para o tamanho do mapa, se tornam uma das formas mais práticas de locomoção.
A trilha sonora é um espetáculo à parte, com músicas que mergulham totalmente o jogador nos anos 80 — uma das seleções mais inspiradas da Rockstar. E há uma grande surpresa: a aparição do cantor Phil Collins como ele mesmo, com direito a um show completo dentro do jogo, algo totalmente inédito na série.
Tive o prazer de finalizar o jogo pela segunda vez no meu canal, em uma série completa, jogando com uma tradução PT-BR nova que deixou a experiência ainda melhor.
Nem tudo, porém, é perfeito. A mira automática, apesar de ajudar, muitas vezes faz o jogador acertar obstáculos como carros e paredes em vez dos inimigos. Algumas missões também são bem difíceis e exigem várias tentativas — como uma em que há uma quantidade absurda de inimigas armadas de biquíni que surgem do nada. Por outro lado, o jogo introduz mecânicas muito práticas, como o táxi que te espera do lado de fora do hospital para te levar de volta ao início da missão após morrer, e a possibilidade de recuperar as armas no hospital pagando uma taxa.
A polícia é bastante inofensiva e ineficiente no jogo, mas com uma exceção: quando um policial tenta abrir a porta do seu veículo para te prender. É muitíssimo fácil ser preso assim e fracassar uma missão. Isso é muito frustrante em alguns momentos e requer bastante atenção do jogador.
No fim, GTA: Vice City Stories expande e homenageia o clássico GTA: Vice City, entregando uma história rica e cheia de personalidade. É um GTA mais simples em alguns aspectos — como nos gráficos e na falta de muitos diálogos dentro dos veículos —, mas que compensa isso com ambientação, música e carisma. Pode não ser o melhor da franquia, mas é, sem dúvida, uma experiência que vale a pena, especialmente para quem quer revisitar o universo mágico e nostálgico dos anos 80.
Nota final: 8/10
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