Resident Evil 5 foi um jogo muito esperado, principalmente porque seu antecessor, Resident Evil 4, havia sido excelente. Fiz uma série completa dele no meu canal no YouTube, com tradução em português feita por fãs e até dublagem por IA. Já tinha finalizado o jogo no passado em cooperativo com meu amigo Eriks — e, na minha opinião, esse é o ponto mais forte dele: o modo cooperativo é extremamente divertido. Anos depois, rejoguei em single player no canal, justamente logo após terminar a série de Resident Evil 4, então minha memória estava bem fresca em relação ao jogo anterior.
Dessa vez controlamos Chris Redfield, protagonista do primeiro Resident Evil, mas em uma versão “bombada” em comparação ao clássico. Ele é acompanhado por Sheva Alomar, uma nova personagem carismática e forte. A história se passa no continente africano, o que garante cenários bem diferentes, criativos e cheios de referências à cultura local.
O foco aqui está muito mais na ação do que no terror. Praticamente não há puzzles — algo que sempre foi marcante na série — e o sistema de mercador do Resident Evil 4 foi substituído por um simples menu de compra de itens, o que, para mim, tirou parte da graça. Além disso, o jogo deixou de ser contínuo e passou a ser dividido em fases, com a tela de inventário e de compra aparecendo antes de cada uma delas. Pelo menos, a organização do inventário trouxe uma novidade: é possível configurar atalhos rápidos (cima, baixo, esquerda e direita), o que ajuda muito no dinamismo das batalhas, ainda que tenha substituído a clássica e divertida maleta do RE4.
O arsenal é variado e temos vários inimigos marcantes. Alguns são claramente inspirados em Resident Evil 4, como o inimigo da motosserra — uma variação do icônico Dr. Salvador — além de cães zumbis e outras criaturas. É como se RE5 tivesse versões próprias de inimigos do jogo anterior: diferentes no visual, mas semelhantes em conceito. Também retornam as clássicas anotações espalhadas pelos cenários, que expandem a história para quem gosta de explorar. Algo que também está de volta são os emblemas que podem ser encontrados em meio às fases e devem receber um tiro para ser coletados.
Os gráficos são muito bonitos para a época, mas, ao meu ver, não chegam ao nível de detalhamento de cenários como o castelo do RE4. Muitas animações do Chris foram reaproveitadas do Leon, o que não é ruim, já que eram muito boas. Já a Sheva pode ser irritante em alguns momentos — lembrando a Ashley de RE4 — mas ainda assim achei que ela atrapalha menos que a personagem anterior.
O jogo tem momentos tensos, como toda aparição dos inimigos da motosserra, e o cooperativo realmente se destaca, trazendo uma experiência única dentro da franquia. Porém, analisando como um todo, Resident Evil 5 decepciona enquanto “Resident Evil”, pois se distancia muito da essência da série. Como jogo de ação, é excelente; mas como parte da franquia, deixa a desejar. Em alguns trechos, chega até a soar meio genérico, como se pudesse ser facilmente uma nova IP.
Ainda assim, recomendo, principalmente para jogar com amigos. O cooperativo garante muita diversão e, mesmo com as falhas, é inegável que Resident Evil 5 é um bom jogo de ação — só não entrega o que muitos fãs esperavam da série.
Na versão chamada Gold Edition, há modos extras bem interessantes: Lost in Nightmares e Desperate Escape. Ao meu ver, vale muito mais a pena jogar essa versão, por se tratar da versão mais completa do jogo.
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