Como é a negociação com jogadores brasileiros para jogos de videogame


A negociação de direitos de imagem com jogadores brasileiros para jogos de videogame, como FIFA (atualmente EA Sports FC) e eFootball (anteriormente Pro Evolution Soccer), apresenta desafios únicos no Brasil. Esses desafios impactam diretamente a presença de jogadores reais nos títulos, resultando em elencos desatualizados e, em alguns casos, em litígios legais.

A ausência da FIFPro no Brasil
Diferentemente de outras regiões, o Brasil não conta com a atuação da FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol), o que significa que não há uma entidade única representando os interesses dos jogadores nacionais. Isso obriga desenvolvedores como EA e Konami a negociar individualmente com cada atleta, clube ou empresário, tornando o processo mais demorado e complexo.

Negociação individualizada: um processo moroso
Devido à falta de uma representação unificada, cada jogador deve autorizar pessoalmente o uso de sua imagem nos jogos. Esse processo resulta em negociações demoradas e, frequentemente, em recusas. Consequentemente, muitos times brasileiros aparecem em jogos com elencos genéricos ou desatualizados, sem a presença de seus jogadores reais.

Litígios e uso não autorizado
A ausência de acordos formais levou a disputas legais. Jogadores como Calleri e Rafinha processaram a EA Sports por uso não autorizado de suas imagens, alegando violação da Lei Pelé e buscando reparação financeira. Além disso, em 2017, mais de 70 jogadores brasileiros processaram a EA e a Konami por uso indevido de suas imagens em jogos anteriores, resultando em condenações e indenizações. 

Presença nos jogos: EA vs. Konami
  • EA Sports FC (FIFA):
Após uma série de litígios, a EA retirou clubes e jogadores brasileiros de seus jogos. Atualmente, a empresa mantém apenas times brasileiros que participam de competições internacionais, como a Libertadores e a Sul-Americana, mas com elencos genéricos. 
  • eFootball (Konami):
A Konami, por outro lado, estabeleceu parcerias diretas com clubes brasileiros, incluindo todos os times da Série A e o Athletico-PR da Série B. Apesar disso, muitos desses times ainda apresentam elencos desatualizados, com jogadores fictícios ou ausentes. 

Impactos no jogo e na experiência do usuário
A falta de atualização nos elencos brasileiros nos jogos resulta em experiências frustrantes para os jogadores. Times e jogadores ausentes ou desatualizados comprometem a imersão e a autenticidade do jogo, afetando negativamente a experiência do usuário.

Caminhos para a solução
Para resolver esses impasses, iniciativas como a união da Liga Forte União (LFU) e da Libra estão negociando em conjunto os direitos de imagem dos clubes brasileiros. Essa abordagem visa simplificar o processo de licenciamento e garantir a presença de jogadores reais nos jogos, beneficiando tanto os desenvolvedores quanto os fãs. 

Conclusão
A negociação com jogadores brasileiros para jogos de videogame enfrenta desafios significativos devido à ausência de uma representação unificada e à complexidade legal do país. Esses obstáculos resultam em elencos desatualizados e experiências de jogo comprometidas. Iniciativas recentes buscam superar essas barreiras, oferecendo esperança para uma representação mais fiel e atualizada do futebol brasileiro nos jogos.

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