Lançado em 2009, MotorStorm: Arctic Edge é um dos últimos grandes títulos de corrida lançados para o PlayStation 2, além de ter uma versão paralela para o PSP. Desenvolvido pela Bigbig Studios e publicado pela Sony Computer Entertainment, o jogo trouxe a consagrada franquia MotorStorm — famosa no PS3 por suas corridas selvagens em terrenos extremos — para os consoles mais acessíveis da época, adaptando sua fórmula caótica e intensa para o ambiente gelado do Ártico.
A proposta de Arctic Edge mantém o espírito característico da série: corridas off-road cheias de velocidade, destruição e adrenalina, mas agora em pistas cobertas de neve, gelo e desfiladeiros congelados. O jogador participa de uma competição ilegal chamada Festival MotorStorm Ártico, ambientada em locais inspirados nas montanhas do Alasca, onde o frio e os deslizamentos de gelo se tornam obstáculos tão perigosos quanto os próprios adversários.
Um dos destaques do jogo é a variedade de veículos disponíveis. Há snowmobiles, motos, carros de rally, buggies, trucks, máquinas pesadas e até veículos exclusivos criados para o terreno nevado. Cada tipo possui suas vantagens e desvantagens: as motos são rápidas, mas frágeis; os caminhões aguentam impactos, mas são lentos; e os snowmobiles deslizam com mais estabilidade nas superfícies congeladas.
O sistema de boost (turbo), marca registrada da franquia, retorna com um detalhe interessante: em vez de superaquecer o motor como nos jogos anteriores, aqui o excesso de boost pode congelar o sistema, exigindo que o jogador o use com inteligência para evitar travamentos em pleno percurso. Esse toque criativo reforça a ambientação ártica e adiciona um novo elemento estratégico às corridas.
Os circuitos de MotorStorm: Arctic Edge são um espetáculo à parte. Cada pista foi projetada com múltiplos caminhos, rampas e atalhos, permitindo diferentes abordagens durante a corrida. As rotas variam entre túneis de gelo, pontes suspensas e vales perigosos, sempre com cenários dinâmicos e uma sensação constante de risco. Além disso, os efeitos climáticos, como nevascas intensas e avalanches, podem alterar o comportamento da pista em tempo real, tornando cada corrida imprevisível.
Graficamente, o jogo é um feito impressionante para o PS2, considerando que o console já estava em fim de ciclo. A Bigbig Studios conseguiu entregar modelos de veículos detalhados, efeitos de neve convincentes e boa sensação de velocidade, algo notável para o hardware limitado. A trilha sonora, composta por faixas de rock e eletrônico, complementa perfeitamente o clima frenético das corridas.
O modo Festival é o coração da experiência para um jogador, com dezenas de eventos e desafios que liberam novos veículos, pinturas e peças de customização. Também há modos rápidos e contrarrelógio, além de suporte ao multiplayer local, o que garantia boa rejogabilidade mesmo em um console sem conexão online.
MotorStorm: Arctic Edge é lembrado como um dos últimos grandes jogos de corrida do PS2, e também como uma homenagem à longevidade do console. Ele conseguiu traduzir com fidelidade a essência da franquia MotorStorm, entregando corridas intensas, destruição divertida e trilhas desafiadoras, tudo ambientado em um dos lugares mais hostis do planeta.
Mesmo anos após o seu lançamento, Arctic Edge ainda é um título que chama a atenção dos colecionadores e fãs de jogos off-road. Seu equilíbrio entre caos e controle, aliado a um clima gélido e visual marcante, fazem dele uma joia tardia da era PlayStation 2, provando que o velho console ainda tinha energia para aventuras de alta velocidade — mesmo no frio extremo do Ártico.

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