Lançado em 2008, junto com o filme da Disney Pixar, o jogo Wall-E foi desenvolvido pela Heavy Iron Studios e publicado pela THQ, trazendo para os videogames a adorável história do pequeno robô de limpeza que vive sozinho em uma Terra abandonada e coberta de lixo. Assim como no longa-metragem, o jogo mistura aventura, exploração e plataformas, com uma boa dose de nostalgia para quem cresceu com os clássicos da Pixar e da era do PS2.
O enredo acompanha os mesmos eventos do filme, com algumas variações para se adaptar ao formato de jogo. O jogador começa controlando Wall-E, um robô encarregado de compactar e empilhar lixo em uma Terra desolada. O clima é de solidão e curiosidade, refletindo bem o tom melancólico e bonito do filme. Com o avanço da história, Wall-E encontra EVE, uma sonda enviada ao planeta em busca de sinais de vida, e a partir daí os dois acabam embarcando em uma jornada que envolve ação, perseguições e momentos de humor característicos da Pixar.
O jogo foi lançado para diversas plataformas — PlayStation 2, PlayStation 3, Xbox 360, Wii, PSP, Nintendo DS e PC —, mas as versões variavam bastante. A versão de PS2, por exemplo, tinha um estilo mais simples e linear, focado em plataformas e resolução de pequenos puzzles, enquanto as versões de consoles mais potentes tinham gráficos aprimorados e fases maiores. Apesar das limitações técnicas, o PS2 manteve a essência da história e a sensação de estar dentro do universo do filme.
Visualmente, o jogo surpreende por conseguir recriar com fidelidade o visual da Terra coberta por lixo, os céus alaranjados e os ambientes futuristas da nave Axiom. O design dos personagens é idêntico ao do filme, com animações cuidadosas que reproduzem as expressões e os gestos de Wall-E e EVE. A trilha sonora também se destaca, trazendo temas inspirados diretamente na música do longa, o que ajuda a manter o clima emocionante e cinematográfico.
A jogabilidade alterna entre fases de plataforma, exploração e ação, permitindo controlar tanto Wall-E quanto EVE. Cada personagem tem suas próprias habilidades: Wall-E pode empurrar objetos, compactar blocos de lixo e usar esses cubos para resolver enigmas ou derrotar inimigos, enquanto EVE pode voar, atirar com seu canhão de energia e acessar áreas inalcançáveis para o robô. Essa alternância traz variedade ao gameplay e incentiva o uso da criatividade do jogador.
O jogo também conta com momentos de alta velocidade e perseguições, inspirados diretamente em cenas do filme, como quando EVE sobrevoa ruínas ou quando Wall-E tenta escapar de robôs de segurança dentro da Axiom. Esses momentos adicionam dinamismo e tornam a experiência mais cinematográfica.
Apesar de ser um jogo voltado para o público infantil, Wall-E tem fases desafiadoras e puzzles interessantes, exigindo observação e coordenação. Muitos jogadores lembram com carinho da mistura entre o humor simples do personagem e os momentos mais reflexivos da narrativa — um contraste que a Pixar soube equilibrar bem tanto no filme quanto no jogo.
As versões portáteis, como as de PSP e Nintendo DS, traziam variações significativas. No PSP, por exemplo, o foco era em missões curtas com objetivos diretos, enquanto no DS o estilo visual era mais cartunesco, com uma jogabilidade adaptada à tela sensível ao toque.
Com o tempo, o jogo Wall-E se tornou uma daquelas adaptações de filme para videogame que conseguiram preservar o espírito da obra original, algo raro em lançamentos baseados em animações. Ele conquistou um público fiel entre os fãs do personagem e continua sendo lembrado com carinho por quem teve um PS2 na época.
Hoje, revisitar o jogo é como abrir uma cápsula do tempo da era de ouro dos games licenciados da Pixar e da THQ. Wall-E é mais do que uma simples adaptação — é uma homenagem interativa ao poder da curiosidade, da esperança e da amizade, com um pequeno robô que ensinou o mundo a cuidar do planeta, um bloco de lixo por vez.

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