Protagonistas femininas mais marcantes do PS2


O PlayStation 2 foi um marco não apenas pela sua biblioteca imensa e pela revolução técnica que trouxe aos videogames, mas também pela diversidade de personagens que apresentou — especialmente as protagonistas femininas. Em uma época em que o protagonismo nos jogos ainda era amplamente dominado por figuras masculinas, o PS2 ajudou a consolidar heroínas icônicas, complexas e memoráveis, que até hoje são lembradas pelos fãs. Nesta matéria, relembramos as protagonistas femininas mais marcantes do PS2 e o impacto que cada uma delas teve na indústria.

Lara Croft – Tomb Raider: The Angel of Darkness (2003)
Nenhuma lista de protagonistas femininas estaria completa sem Lara Croft, a arqueóloga mais famosa dos videogames. No PS2, ela protagonizou Tomb Raider: The Angel of Darkness, um título ambicioso que buscava reinventar a série com gráficos realistas, tom mais sombrio e uma história mais emocional. Apesar das críticas mistas, Lara manteve sua aura de força, inteligência e carisma, consolidando-se como símbolo de independência e protagonismo feminino nos jogos.


Yuna – Final Fantasy X (2001) e Final Fantasy X-2 (2003)
Em Final Fantasy X, Yuna é uma invocadora em uma jornada espiritual para derrotar Sin, uma criatura devastadora. Inicialmente vista como uma personagem calma e reservada, Yuna evolui de forma impressionante — no spin-off Final Fantasy X-2, ela assume o papel de protagonista principal, tornando-se uma aventureira independente em busca de respostas sobre o destino de Tidus.
O jogo destacou-se por colocar três mulheres no centro da ação (Yuna, Rikku e Paine), algo raro na época, e consolidou Yuna como uma das figuras femininas mais importantes da história dos RPGs japoneses. 


Jade – Beyond Good & Evil (2003)
Jade, protagonista de Beyond Good & Evil, é uma jornalista e fotógrafa que luta contra um governo corrupto em um mundo dominado por alienígenas e propaganda. Armada com sua câmera e bastão, ela combina coragem, empatia e determinação.
O jogo, desenvolvido pela Ubisoft e criado por Michel Ancel (de Rayman), foi amplamente elogiado por apresentar uma heroína realista e humana, que usava a inteligência e o coração como suas principais armas. Jade é lembrada até hoje como uma das protagonistas mais autênticas e inspiradoras da era PS2.


Heather Mason – Silent Hill 3 (2003)
A franquia Silent Hill é conhecida por sua atmosfera sombria e psicológica, e em Silent Hill 3, a protagonista Heather Mason levou isso a um novo patamar. Filha de Harry Mason (do primeiro jogo), ela é arrastada para um pesadelo de terror psicológico enquanto busca entender sua origem e o culto por trás da cidade amaldiçoada.
Heather foi a primeira protagonista feminina da série principal, e sua representação — vulnerável, mas extremamente resiliente — trouxe uma profundidade emocional rara nos jogos de terror da época.

Kaidan e Rena – .hack// série (2002–2005)
A franquia .hack// trouxe ao PS2 uma série de RPGs sobre jogadores presos em um MMORPG fictício. Apesar de muitos protagonistas masculinos, personagens femininas como BlackRose (Rena Kunisaki) se tornaram centrais. Corajosa e impulsiva, BlackRose foi uma das primeiras protagonistas femininas de um “mundo virtual” nos videogames, abrindo caminho para o tema que inspiraria animes e jogos futuros como Sword Art Online.

Kite & Elie – Atelier Iris e Mana Khemia (2005–2007)
As séries Atelier Iris e Mana Khemia trouxeram protagonistas femininas apaixonadas por alquimia, como Elie e outras jovens aprendizes. Esses jogos de RPG foram importantes por apresentarem mulheres em papéis intelectuais e criativos, quebrando o padrão de guerreiras ou heroínas em perigo. O PS2 consolidou o gênero slice of life com protagonistas femininas cativantes e cheias de personalidade.

Rikku e Paine – Final Fantasy X-2 (2003)
Além de Yuna, suas companheiras Rikku e Paine merecem destaque individual. Rikku, com sua energia contagiante, representava a leveza e a esperança, enquanto Paine trazia o mistério e a força de quem carrega um passado doloroso. Juntas, elas formaram um dos primeiros trios femininos protagonistas de um grande jogo AAA, marcando a história do PS2 e da franquia Final Fantasy.

Kurenai – Red Ninja: End of Honor (2005)
Em Red Ninja, da Vivendi Universal, Kurenai é uma kunoichi (ninja feminina) que busca vingança contra o clã que destruiu sua família. Misturando ação, furtividade e combate corpo a corpo, o jogo foi ousado ao retratar uma mulher letal e sensual, mas com motivações pessoais fortes. Embora o jogo tenha sido subestimado, Kurenai ficou marcada como uma das protagonistas mais estilosas e brutais do PS2.

Conclusão
O PlayStation 2 foi um ponto de virada para as protagonistas femininas nos videogames. De Yuna a Heather, de Jade a Lara, cada uma dessas personagens trouxe novas perspectivas sobre força, empatia e coragem. Elas não apenas ampliaram a representatividade feminina nos jogos, como também ajudaram a provar que boas histórias e personagens cativantes independem de gênero.

Hoje, olhando para trás, é possível afirmar que o PS2 não apenas marcou uma geração de jogadores, mas também abriu as portas para uma era em que mulheres assumiriam o protagonismo com naturalidade e respeito — pavimentando o caminho para figuras modernas como Aloy (Horizon), Ellie (The Last of Us) e tantas outras.

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