Review do jogo Harry Potter and the Half-Blood Prince

Harry Potter e o Enigma do Príncipe foi lançado para diversas plataformas, mas optei por jogar a versão de PC. Este foi o último jogo de Harry Potter lançado para o PS2 e, embora siga a linha do título anterior (A Ordem da Fênix), traz algumas melhorias e mudanças que se destacam. 

Uma das novidades está na navegação: as antigas pegadas que indicavam o caminho no jogo anterior foram substituídas pelo Nick Quase Sem Cabeça, que agora guia o jogador por todo o castelo e por Hogwarts, deixando a exploração mais intuitiva. O mapa é praticamente o mesmo do anterior, que já era excelente, mas desta vez alguns novos locais foram adicionados.

As magias continuam parecidas, como Wingardium Leviosa e Incêncio, mas o combate ganhou um diferencial: além de usar o analógico direito para lançar feitiços (exigindo que o jogador aprenda os movimentos), agora é possível combinar o analógico esquerdo e o direito durante as batalhas. O golpe carregado — segurando o analógico direito para trás e soltando-o para frente — é extremamente poderoso, tirando rapidamente a vida dos inimigos.

Na versão de PC, o jogo conta com legendas e tradução oficial em português do Brasil, mas infelizmente não possui dublagem brasileira como os antecessores. Optei por jogar com a dublagem oficial em português de Portugal, o que funcionou bem e enriqueceu a série que gravei para o canal.

Graficamente, tive sensações mistas: Hogwarts continua linda, e até parece haver menos serrilhado nos personagens e cenários, mas em alguns momentos o jogo parece pior que o anterior, principalmente nos modelos dos personagens — o trio principal está bem menos fiel, e isso pode ter ligação com o fato de que deles apenas o ator do Ron (Rupert Grint) participou do desenvolvimento. O jogo também é bem mais escuro, o que atrapalha em certas áreas. 

A câmera mudou bastante, às vezes posicionando-se atrás do personagem de forma parecida com Resident Evil 4. Essa escolha, junto com o novo sistema de corrida — menos controlável e “desgovernado” —, prejudica a movimentação em relação ao jogo anterior.

Outra novidade é o Quadribol: o estádio agora está no mapa e é possível disputar partidas até a final do campeonato. Todas as partidas são praticamente iguais, consistindo em passar por portais, desviar de obstáculos e pegar o Pomo de Ouro.

A mecânica de atalhos pelos quadros permanece muito divertida, mas agora com novos destinos, incluindo a entrada do estádio. A trilha sonora continua excelente, com músicas licenciadas dos filmes que dão um charme especial. Senti falta da Murta-Que-Geme e da sala de extras do jogo anterior, mas a ausência é coerente com a história do filme representado.

Para os que gostam de colecionáveis, há brasões espalhados por toda Hogwarts, além de pedaços de brasões escondidos pelo cenário. Ao coletar esses fragmentos, surgem efeitos coloridos na tela que, em muitos momentos, acabam gerando uma poluição visual considerável. Existem também várias missões secundárias, embora a interação com os alunos seja menos interessante do que no jogo anterior.

O enredo do filme/livro parece ter limitado bastante o que os desenvolvedores puderam fazer, deixando o progresso da campanha menos instigante. Em A Ordem da Fênix, as missões principais obrigavam a explorar todo o castelo, enquanto aqui muita coisa é opcional.

Infelizmente, o jogo não possui opções avançadas para o áudio, o que limita bastante o controle sobre volumes e ajustes de som. Em alguns momentos, as vozes dos personagens soam mais baixas em comparação aos demais sons do jogo, dificultando a compreensão. Além disso, há situações em que o personagem que está falando aparece com a boca fechada, sem movimentar os lábios, o que causa um certo estranhamento e prejudica a imersão na narrativa.

Há apenas uma aula principal — Poções, com o Professor Horácio —, e o inédito minigame de preparar poções é divertido no começo, com inúmeros ingredientes estranhos, mas se repete tantas vezes que acaba cansando. As batalhas seguem a mesma lógica: acontecem com frequência quando se vai de um ponto a outro de Hogwarts, são divertidas, mas se tornam repetitivas com o passar do tempo. Poções, batalhas e Quadribol acabam definindo toda a experiência do jogo.

No geral, Harry Potter and the Half-Blood Prince perde boa parte do encanto presente no jogo anterior, mas ainda assim encerra de forma digna a trajetória dos títulos de Harry Potter no PS2. Embora muitos o considerem o melhor da franquia, para mim A Ordem da Fênix continua sendo o mais completo e divertido.

Nota final: 6,5/10

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