Poucos jogos despertam tanta nostalgia quanto Pantera Cor-de-Rosa em Abracadabra, também conhecido internacionalmente como The Pink Panther: Hocus Pocus. Lançado em 1998 para PC, o título foi desenvolvido pela Wanderlust Interactive e publicado pela Panther Software, sendo um dos clássicos mais lembrados das aulas de informática nas escolas brasileiras no final dos anos 90 e início dos anos 2000.
Ao contrário de outros jogos da Pantera Cor-de-Rosa, este é um aventura point and click, gênero muito popular na época, que se baseia na exploração de ambientes, coleta de itens e resolução de quebra-cabeças. O jogador controla a Pantera Cor-de-Rosa, que se envolve em uma série de confusões mágicas ao ajudar um aprendiz de mago desastrado chamado Proton the Wizard. Durante uma de suas experiências, Proton acaba lançando um feitiço errado, transformando criaturas e espalhando o caos pelo castelo. Cabe à Pantera consertar tudo, resolvendo enigmas e restaurando a ordem.
O enredo simples, mas divertido, é narrado com o humor característico do personagem. Mesmo sem falar, a Pantera transmite emoção e carisma através de animações expressivas e reações engraçadas, acompanhadas por uma trilha sonora leve e jazzística, em perfeita sintonia com o espírito do desenho animado original.
Cada ambiente do castelo é uma pequena obra de arte interativa, cheia de detalhes coloridos, personagens engraçados e objetos clicáveis que reagem de forma criativa. Essa liberdade de interação tornava o jogo encantador para o público infantil — e é um dos motivos pelos quais ele se tornou tão popular nas escolas. Era comum ver os alunos tentando descobrir qual item usar, qual objeto arrastar ou que combinação resolveria o próximo enigma.
O ritmo tranquilo e o foco na curiosidade e observação faziam de Pantera Cor-de-Rosa em Abracadabra uma experiência acessível e educativa. O jogo incentivava o raciocínio lógico, a paciência e a experimentação, o que o tornava ideal para os laboratórios escolares. Mesmo quem nunca havia jogado nada antes conseguia entender rapidamente o funcionamento dos cliques e interações.
Os gráficos, desenhados à mão, reproduzem com fidelidade o visual clássico da animação. As expressões da Pantera, os cenários detalhados e as pequenas animações entre ações dão ao jogo um charme único. Tudo é acompanhado por efeitos sonoros sutis e momentos cômicos que fazem jus ao humor do personagem criado por Friz Freleng.
O título também ficou famoso por ser totalmente em português em várias versões distribuídas no Brasil, o que aumentou ainda mais sua presença nas escolas. Muitos estudantes se lembram de jogar em computadores com Windows 95 ou 98, enfrentando os desafios mágicos do castelo enquanto aprendiam a usar o mouse e o teclado.
Pantera Cor-de-Rosa em Abracadabra (1998) se tornou, com o tempo, uma relíquia nostálgica da era dos jogos educativos de PC, lembrado ao lado de títulos como Dangerous Dave, Zeek the Geek e Pantera Cor-de-Rosa: Passaporte para o Perigo. Ele representa uma época em que aprender informática também era sinônimo de diversão e descobertas.
Mesmo décadas depois, o jogo segue vivo na memória de quem cresceu nos laboratórios escolares. Mais do que um simples point and click, ele foi parte de uma geração inteira que aprendeu a explorar o computador com curiosidade e bom humor — do jeitinho que só a Pantera Cor-de-Rosa poderia ensinar.

    
    
    
    
    
    
    
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